Thursday, September 22, 2016

Maquis no.38 - December 1957

For those not acquainted with Brazilian politics we'd like to remind that by 1957, Brazil had been in the midst of a democratic period that started just after the end of WWII with an Constituent Assembly elected by universal suffrage in 1946. 

The first President elected by Brazilians then was General Gaspar Dutra who had been in Getulio Vargas' government for 10 years as Minister of War. Dutra was elected President in 1945 with Getulio's support. Even though Dutra was elected by Vargas, he turned against his benefactor as soon as he took power and aligned himself with a much more conservative group.

In 1950, Getulio Vargas himself was elected President of Brazil, but his government was beset by rightwing fire until he saw no way out but to shoot himself in the heart on 24 August 1954. Vargas' vice-president Café Filho (see posts about him in this very blog) became President and like General Dutra he swang to the right shamelessly. Café Filho even tried a coup d'etait to prevent the next elect President Juscelino Kubistchek to take power in 1955.  

In other words: even though Brazilian righwing politicians fought all Presidential elections since the end of WWII they could never win outright majority to form a government. Knowing they could not win in the ballots they were always plotting to undermine any government that was in power. 

UDN - União Democrática Nacional (National Democratic Union) was the main righwing party in the nation. UDN politicians conspired openly to overthrow the various governments (except General Dutra's and the short-lived Café Filho's reign) through any possible means. They finally got what they wanted in April 1964... but that's too ahead in the future still. 

We're at the end of 1957 and Juscelino Kubistchek administration is as popular as possible. UDN and the Right were bitter and could not anything but sulk and secrete venom.

popular President J.K. is once more attacked as the 'chief of a thieve's gang'... by the rabid fortnightly.
even US President Eisenhower was not 'conservative enough' for Maquis's journalists.
Rio de Janeiro's mayor Negrão de Lima & the majority at City Council is attacked by the rabid Maquis.
the invective against Negrão goes on... Maquis calls him 'dictator'.
The elegant party wears overall... the 'elegant party' is none else but the rightwing UDN.
conservative politicians tour the state of São Paulo. 
Christian-democracy (Partido Democrata Cristão) with their Catholic priests and Vatican conservative values was on the righwing spectrum too.
PDC was a relatively small party on the right. Former President Café Filho who belonged to a Calvinist church had been accepted in the Catholic party with open arms. Rightwing politics transcended religious acrimony. Conservative former Presidential candidate Juarez Tavora also found a new home at PDC. Even with all these 'stars' the Christian-democrat party would never grow to become really relevant on Brazilian party-politics. 
1958 was hailed as a 'big year' by Maquis. 
Café Filho drinks a cup of coffee trying to have his come-back. He could never actually 'come back' after having played such a undignified role after Getulio Vargas' death 
even a rabid anti-Juscelino Kubtischek rag like Maquis could no ignore the Presidents discreet charm and posted a photograph of JK's dancing with a debutant calling him by his nickname 'Nonô'. 
even Brasilia, the new capital city built from scratch in less than 4 years by the JK Administration was seen as a 'joke' by Maquis.  



Wednesday, September 21, 2016

MAQUIS, a 1950s right-wing fortnightly

2a. quinzena Agosto 1956. 
1a. quinzena Março 1957 issue 20. Right-wing attack on trade-unions: thievery!
'Cacareco' a Maquis front page on 12 October 1959; he was a baby-rhinoceros who got 'elected' as a councillor at that year's mayoral elections in Sao Pasulo. Read more about it at:  http://hoaxes.org/archive/permalink/cacareco_the_rhinoceros





Thursday, August 11, 2016

Fora Temer, Volta Dilma... 31s July 2016

Lindbergh Farias talks to the crowd at Largo da Batata, Pinheiros. 
Myself & Senator Lindbergh Farias marching forward...
the Blogger & Mr. Farias marching on... 31st July 2016. 
a little vomiting on usurper Temer; Senator Lindbergh Farias on the CPTM train after the rally.

Sunday, August 7, 2016

CARLOS LACERDA as seen by Luis Nassif

Trinta anos sem Lacerda - 10 Junho 2007

Os 30 anos da morte de Carlos Lacerda passaram em branco. Foi em 21 Maio 1977. O maior carbonário da política brasileira, o homem de extraordinária cultura e eloquência, o jornalista que derrubou 2 presidentes, que quase chegou a presidente do Brasil não foi esquecido. Mas o aniversário de sua morte foi ignorado. 

Há muitos Lacerdas a se analisar. O golpista, que tentou montar um dossiê falso, a Carta Brandi, que supostamente mostraria a conspiração de Jango com Perón para implantar uma 'república sindicalista' no Brasil. O erudito, que rivalizava com San Thiago Dantas no posto de mais brilhante político brasileiro do seu tempo. O orador extraordinário, que conseguiu deixar mal Roberto Campos (denominado maldosamente de Bob Fields pelo pessoal d' O Pasquim) em debate sobre a estabilização econômica. O líder carismático, que fazia com que jovens voluntários se dispusessem a ser seus guarda-costas. O amigo de André Maurois (romancista e ensaísta francês 1885-1967), André Malraux (escritor francês 1901-1976).

Aliás, aqueles tempos eram tão civilizados que dos anos 1920 a 1960 a política brasileira conviveu com apenas 3 dossiês falsos: as 'cartas' de Arthur Bernardes, que criaram problemas com os militares; o 'Plano Cohen', escrito por Olympio Mourão Filho, que serviu de pretexto para a decretação do Estado Novo em 1937; e a Carta Brandi, de Lacerda. Perto da profusão de dossiês de hoje, eram tempos quase angelicais.

Parte relevante sobre a vida de Lacerda está nos arquivos de Fernando Velloso, seu ex-advogado que, antes de morrer, doou ao Fernando Moraes.

Lacerda foi um furacão em permanente erupção a vida toda. Ceda ainda, rompeu com o pai Mauricio Lacerda, por ter se separado de sua mãe, Olga Werneck de Lacerda. Ficou rompido quase toda sua vida com o irmão Mauricio, porque este tomara o lado do pai. Reconciliou-se apenas perto do fim.

Uma faceta murmurada, mas pouco divulgada de Lacerda, era seu homossexualismo. Lacerda era um animal sexual, no sentido amplo do termo. Os psicólogos poderão discorrer melhor sobre essa força da natureza que joga a sexualidade como seiva para o trabalho, as batalhas políticas e os embates amorosos.

Tinha 1,82 metro de altura, mas, quando se levantava da mesa, e se apoiava, parecia ter duas vezes mais. Nesses momentos chegava a ser ameaçador. E era essa presença, com uma retórica empecável, que intimidava os adversários.

O jovem Carlos Lacerda teve muitas paixões. Em 1952 foi incumbido pelo 'Diário Carioca' de cobrir a campanha de Eisenhower, nos Estados Unidos. Pegou avião, mas parou em Belém do Pará onde ficou por vários meses, apaixonado por uma prima.

Tempos depois, parecia apaixonado por Maria Fernanda, atriz filha da poetisa Cecília Meirelles. O jogo era mais complexo. O jovem Carlos Lacerda havia se apaixonado pela própria Cecília, 30 anos mais velha, quando foi sua foca, provavelmente no 'Observador Econômico', revista de economia em que ela trabalhou entre 1936 e 1938. Poderosa, inatingível, a poetiza deu-lhe apenas atenção. Muitos anos depois, aproximou-se de Maria Fernanda, para ficar próximo de um parente dela, por quem ficou perdidamente apaixonado, sem ter sido correspondido.

Em um livro esgotado, 'O Livro de Antonio' (José Olympio, 1974), o romancista Antonio Carlos de Vilaça narra uma cena na fazenda Bocaina, de Severo Gomes, de um Lacerda desesperado de paixão.

Tudo era suportado estoicamente por dona Letícia, sua esposa. Se não era fácil ser amigo de Lacerda, devido ao seu temperamento instável, explosivo, muito menos ser esposa.

Dona Letícia foi uma moça bonita, irônica, inteligente, culta e absolutamente discreta em público. Padecia de uma surdez crônica, que a levou até a Suíça para se tratar. Quinze dias depois da morte de Lacerda, um grupo de amigos foi almoçar com ela no Rócio, a chácara que tinham em Petrópolis. No meio do almoço, uma das senhoras comentou alguma coisa e dona Letícia respondeu. João Condé, jornalista cultural, mostrou-se surpreso: 'Ora, Letícia, você não tinha problemas de audição?' E ela: 'Com 15 dias da morte do Carlos, já posso começar a ouvir de novo."

Foi a esposa dedicada a vida toda. Aos amigos costumava dizer que era a única mulher nascida em Valença-RJ que tinha lido toda a Enciclopédia Britânica. Depois contava, gozadora, que Lacerda chegava todo dia à noite, depois de jantar no Neno, sentava-se na cadeira de balanço que foi de seu avô, e passava horas reclamando das pessoas e da política. E dona Letícia ao lado... lendo a Enciclopédia para desanuviar.

Apesar das constantes aventuras, apenas uma vez Lacerda saiu de casa, um mês antes de sua morte. Ficou na casa do amigo Fernando Delamare, mas voltou a tempo de morrer em casa.

Sua carreira política terminou um pouco antes de sua morte, quando o SNI infiltrou um agente bonitão como jardineiro de sua casa em Petrópolis, que acabou gravando uma cantada dele.

crônica de Luis Nassif, publicada na Folha de S.Paulo em 10 Junho 2007 e parte da coletânea 'A casa da minha infância', publicada pela Editora Agir em 2008.

2nd December 1961 - Governor Carlos Lacerda invites North-American Tony Curtis for a cup of tea at his Palace. Mr Curtis was passing through Rio de Janeiro and Sao Paulo on his way to Argentina to shoot 'Taras Bulba' with Yul Brynner and Christine Kaufmann
Luis Nassif's book 'A casa da minha infância'.
Carlos Lacerda listens to Tom Jobim's piano playing. Manchete, 24 October 1970
double-page photo of Antonio Carlos Jobim (43) and Carlos Lacerda (56).